Dia Mundial das Abelhas: e eu com isso?

A preservação das abelhas é um assunto seríssimo e muita gente ainda não entende o porquê, então não estranhe o fato de uma agência de publicidade estar falando sobre isso.

Você pode estar estranhando, no site de uma agência de publicidade, ler um post que não fala de marketing, propaganda, nem nada diretamente relacionado a tudo isso. Pois bem: para o mercado existir, é necessário existir gente. E gente viva.

A constatação óbvia é o gancho para o que se comemora nesse 20 de maio, o Dia Mundial das Abelhas, que traz uma reflexão importantíssima, embora muita gente ainda não tenha consciência disso. A data foi estabelecida pela ONU, durante sua Assembleia Geral de 2017, “para lembrar a importância da polinização para o desenvolvimento sustentável”, segundo a própria Organização das Nações Unidas.

Você achava que era só o mel?

De acordo com a FAO, a Organização para Alimentos e Agricultura da ONU, 75% de todas as culturas que produzem frutos ou sementes para consumo humano em todo o mundo dependem de polinizadores – como abelhas – para continuar se reproduzindo. Porém, se considerarmos toda a flora mundial, o porcentual sobe para 85%. 

Isso significa que, se esses insetos chegarem à extinção, corre-se o risco de toda a vegetação que cobre o planeta – que já está muito reduzida devido à intervenção humana –  chegar a apenas 15% do que é hoje. E engana-se quem pensa que esse é um cenário apenas hipotético ou muito distante de acontecer.

A vida é impossível num mundo sem abelhas

Tal realidade traz um alerta crítico para o uso irresponsável de agrotóxicos prejudiciais a esses insetos nas lavouras, além dos desmatamentos e queimadas criminosas nas áreas verdes, matas e florestas. Sem nenhum exagero: se essas práticas não mudarem, dentro de 100 anos, nós podemos chegar à extinção total de animais como abelhas e borboletas.

É o que mostra o estudo de Francisco Sánchez-Bayo (2019), da Universidade de Sydney, na Austrália. Muito antes, ainda no século passado, Albert Einstein disse que “se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência. Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais, não haverá raça humana.”

O Brasil está severamente atrasado nesta causa

Há muito o que fazer para começar essa mudança, mas o primeiro passo sempre é a conscientização. Por isso a importância de celebrarmos, a nível mundial, uma data como 20 de Maio: mas não pode parar por aí.

É necessário que os poderes institucionais de todas as esferas governamentais tenham essa consciência e ajam afim de impedir que esse caminho chegue num ponto sem volta. A manutenção de leis que impeçam o uso de agrotóxicos e fertilizantes nocivos às abelhas, por exemplo, é uma luta antiga e que precisa de força popular para obter resultados políticos.

Em entrevista à BBC Brasil em 2019, a promotora Greicia Malheiros, que preside o Fórum de Combate aos Agrotóxicos e Transgênicos, expôs o quanto estamos atrasados nessa luta. “O Brasil anda em marcha-à-ré em comparação ao resto do mundo. Substâncias que provocam mortes em animais e pessoas continuam no mercado. Sem contar que, somente neste ano (2019), de janeiro a agosto, foram liberados 290 novos agrotóxicos. 40% desses venenos são proibidos em outros países”, disse a presidente do órgão, integrado por 80 instituições públicas e privadas.

A ação pode começar a partir de você

O mínimo a se fazer em prol dessa conscientização é compartilhar esse post e, se você conhece ONGs e causas em prol da preservação de espécies de abelhas e outros insetos polinizadores, divulgá-las em suas redes. Além disso, você também pode cobrar os legisladores que elegeu (especialmente senadores e deputados estaduais e federais) sobre posicionamentos em favor da causa, contra a liberação de substâncias nocivas para uso na agricultura nacional.

A Abelha Rainha abraça esse propósito e fica feliz por ajudar. Quem sabe nossos bisnetos, num futuro breve, tenham a alegria de ver as espécies perpetuadas. A sua e a nossa.

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